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Rudá Mirim

Foto do escritor: Priscila SissiPriscila Sissi

Atualizado: 3 de set. de 2020




"Rudá Mirim" 
Releitura de "Levi", de Marcel Van Luit
Artista: Priscila Sissi
Lápis de cor sobre papel A3 180 g/m2 de 24 x 29 cm
Ano: 2020
Local: SP - Brasil


Inspirado na arte digital do artista holandês Marcel Van Luit, a obra "Rudá Mirim", que foi originalmente intitulada "Levi", reproduz a imagem de um pequeno índio ou índia a identificação fica a cargo do observador que, dentre penugens, passarinhos e araras, fita-nos com curiosidade, estranheza, expectativa.


As interpretações de seu olhar são múltiplas e esse olhar acompanha o expectador, em qualquer posição que ele observe a obra. Em detalhe, é possível ver a cena que se passa diante do pequeno índio refletida em sua íris: uma figura humana posicionada ao centro, ajoelhada; árvores ao fundo, chão de escura areia.


A seriedade no olhar da criança inspira outras interpretações. Nesta releitura, foi renomeado "Rudá Mirim", pois na linguagem tupi-guarani o termo "Rudá" remete ao deus indígena do amor*, em dedicação ao qual, à noite, as índias entoavam uma oração em forma de canção.


Seu intuito é despertar o amor dentro do coração dos homens, tocando o coração das fortes guerreiras, através das oscilações da lua em sua fase cheia (Cairê) e nova (Catiti).


Aqui, em sua forma "mirim", isto é, criança, o deus menino (ou menina) da mitologia tupi traduz o amor à terra e a certeza de um futuro em eminência.


Vale lembrar a passagem em que Macunaíma** suplica à divindade:


Rudá, Rudá!... 
Tu que secas as chuvas, 
Faz com que os ventos do oceano 
Desembestem por minha terra 
Pra que as nuvens vão-se embora 
E a minha marvada brilhe 
Limpinha e firme no céu!... 
Faz com que amansem 
Todas as águas dos rios 
Pra que eu me banhando neles 
Possa brincar com a marvada 
Refletida no espelho das águas!...


 

*Informação extraída do site: https://www.dicionariotupiguarani.com.br/dicionario/ruda/, em 21.06.2010.

**ANDRADE, Mário de Andrade. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Edição Crítica. Florianópolis, Editora da UFSC, 1988, p. 28.

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