![](https://static.wixstatic.com/media/5155fc_062d24b696c544cba5171ca02fe0335d~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_701,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5155fc_062d24b696c544cba5171ca02fe0335d~mv2.jpg)
"Dorme, criança"
Artista: Priscila Sissi
Lápis de cor sobre papel A3 180g/m2 de 42 x 29,7 cm
Ano: 2020
Local: SP - Brasil
"Dorme, criança" retrata o sutil sopro da vida, a inconsciência e serenidade do bebê que dorme o sono inocente, sob o olhar zeloso e a eterna proteção dos pais.
O menino repousa sobre a cama confortável, recoberto por um manto verde pálido: cor que remete, na simbologia da arte no antigo Egito, ao significado de regeneração e renascimento, celebrando o movimento vivo e indefectível da natureza, em sua constante transformação.
Conquanto o fluxo perpétuo da natureza esteja representado na obra, o seu título, por outro lado, relembra o poema de Fernando Pessoa* que, como numa canção de ninar, embala o sono tranquilo do infante, para que, nesse estado de cândido torpor, possa permanecer alheio aos males do viver.
Dorme, criança, dorme,
Dorme que eu velarei;
A vida é vaga e informe,
O que não há é rei.
Dorme, criança, dorme,
Que também dormirei.
Bem sei que há grandes sombras
Sobre áleas de esquecer,
Que há passos sobre alfombras
De quem não quer viver;
Mas deixa tudo às sombras,
Vive de não querer.
*PESSOA, Fernando. "Dorme, criança, dorme" - 16.03.1934. Poesias Inéditas (1930-1935). Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990), p. 136.
Comments